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terça-feira, setembro 09, 2003

Não, aquela última noite, na verdade, nem tinha sido das melhores. Eles já haviam dançado com muito mais calor, já haviam estado em um humor mais interessante e até beijado pessoas mais queridas e [por que não?] bonitas – e até mesmo bonitas e [porque não?] queridas. Não era alguma questão a se definir, já que eles jamais detiveram opiniões formadas. A noite não foi das melhores, e mesmo se tivesse sido, a névoa que parecia envolvê-los como dois amigos, bem, essa névoa que é como uma coisa que se esquece em nós enquanto fazemos algo bom como cozinhar um bolo e que como uma clarividência suspirante emerge segundos antes de se antender o telefone e reconhecer a voz da pessoa em um tipo de sutilíssimo frescor no qual se pode conversar, a névoa que os acompanhava, nesses devidos acasos discretos, essa névoa por assim dizer permaneceria intacta. Imóvel perante a música que era mais-ou-menos, tocada e dançada por gente de sensibilidade duvidosa, às bebidas que não estavam de acordo ou até mesmo a alguma perna ou ombro que doía. Porque o fato é que eles se queriam inevitavelmente – não como amantes, e tampouco como aqueles que se querem sem querer nada a perder, ou os que necessitam terrivelmente de um posto em relação ao outro, um sorriso e relações agradáveis. A coisa era mais simples e muito melhor. Precisavam um do outro como quem tranqüilamente diz: - Você me traz um copo d´água ? sem que isso se pareça com uma atividade frívola ou útil demais a ponto de se rir idiotamente do outro que respondesse: - Beber água é vital. A gente respira a todo momento. Vou trazer e vou beber junto com você.

Uma calma de atração involuntária. Era simbiose. E eles sequer se exigiam.

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