sexta-feira, abril 16, 2004
Era 3. era 4. era 5. 6. 6. seis. Você agüenta ?
7 era o despertador.
e eram mais quarenta estirados no lençol, enrolados na cama, sem contar com ele.
até ele se assentar em minutos.
levantar e. vagando parar e um espreguiço.
e mais um pouco, espera só mais um pouco
baço
olhar a mesa. olhar a mesa por três.
abrir o armário, olhar as comidas.
pensar comidas oferecidas em ritual no século 2 a.C.
para o imperador Alexandrino
sobre superfície de vidro madeira plástico
a pia. a área. príncipe.
Com o cuidado não tomar café. não gastar energia com digestão. o estudo urge, afinal, com água e lápis, régua e marcador.
Mas o interfone. ay meu deus, o interfone. indicretíssimo a entrar na casa da gente.
- oi.
- gás.
- não.
às vezes se começa o dia negando e isso é na medida certa para uma desordem incrível. mas à essa altura ele não sabe. o desencadeamento é mudo. o acaso é valioso e atira a primeira pedra. não se deve crer; do jeito que a vida anda, no final acaba-se atribuíndo. contar caso é difícil demais. contar o que passou é uma verdade que já se destruiu. coitados dos jornalistas. o ser humano não é eloquente. não adianta gostar de mesa de bar. sempre chega o momento.
a vez do tic, sozinho.
e tac.
não adianta ser possesso, também. com seres humanos não há impunidade.
é por isso que ele vai experimentar o que já acaba no interfone.
----- e que começa por uma SEQUÊNCIA ACESA em ânimo que sempre novo: contínuos términos e fins que se entrelaçam em inícios e revelam o alento infernal de uma suscessão. como os pontos finais de um texto. como as marylins de wahrol. como algo que finge estar por dizer, enfim.
Para isto, recomeçaremos do começo.
PEEEEEE
- oi.
- gás.
- não.
PEEEEEEE
- oi.
- ôôô Carol ! cê num desce com a garrafa não, que a vanilda já vai lá com a carne...
- é no 804.
- ai, desculpa moço !!! bom dia !
- para você também !
PEEE
- oi.
- é... é carta pra Luciana Alvarenga, tem que descer pra assinar.
- ô moço, precisa da sua carteira de identidade.
- ai, espera aí vou lá buscar
- aqui.
- obrigado.
TRRIIIIIMMMM
- alô.
- Credicard, por favor, poderia falar com a Sra. Luciana Alvarenga ?
- ela viajou.
- Por favor, quando é que eu poderia estar falando com ela sr. ?
- Não sei.
- Quando ela estará presente sr. ?
- Hiii, demora.
- Credicard agradece tenha um bom dia sr.
TRIIIMMMMMM
- Bom dia. Eu gostaria de por favor falar com a Sra. Luciana Alvarenga ?
- Ela não está.
- Somos do Centro de Recuperação de Toxicômanos Cristo Sofredor, gostariamos de nos comunicar com a Sra Luciana Alvarenga, você por favor é um membro resposável da casa ou existe algum presente no momento ?
- Não.
PEEEEEEEEEEEE
- Chuchu, desce aqui que é pra deixar a caixa.
- oi.
- oi, tudo bom
- vai com cuidado que quebra !!!! é da Ioguslávia hen ! cristal tcheco hen !
- tá bom.
- eu ligo ! tchau.
- tchau.
TRIIIIMMMMMMM
- Sumaya modas ?
- é engano.
- engano ? aí é 2222222 ?
- é.
- mas esse é o número que eu tenho, filho...Não é Sumaya modas ?
- Não. em>
TRIIIIIIMMMMMMM
- alô.
- Quérido !
- Ooi !
- Tá a fim de sair com a gente agora ?! Ir no cinema
- ah, tô estudando...
- Ah, não ! vem !
- onde é que é ?
- lá no horto.
- como é que cê vai ?
- com ele, né. e nem rola de te buscar aí, não. trânsito infernal.
- é longe demais.
- Ai, é... mais vai chuchu... quero muito que você vá
- eu num vô não
- Ai, quero muito que você vá ! Qualquer coisa me liga, tá ?!
- Tá.
- Beijão.
- Beijão.
PEEEEEEEEEEPEEEEEEEEEE
- oi.
- .............
- oi.
- ............
- oi.
PEEEEEEEEEEE
- alô
- é da prefeitura, esquadrão de prevenção da dengue.
- você pode chegar na porta da garagem um minutinho ?
- posso.
- obrigado.
TSCHAKTEK
DINDOMMM...
- Oi. Com licença. Tenho que ver todos os vasos, todas as planta... O seu box costuma ficar molhado ? Tem que dar uma olhadinha também no banheiro.
- Dengue é um perigo.
TRIMMMMMMM
- alô.
- Credicard, por favor, poderia falar com a Sra. Luciana Alvarenga ?
- ela não mora mais aqui.
- Por favor, o sr. tem notícia de telefone no qual eu poderia estar me comunicando com ela sr. ?
- Ela mudou já faz muito tempo. Não sei não.
- Credicard agradece tenha uma boa noite sr.
7 era o despertador.
e eram mais quarenta estirados no lençol, enrolados na cama, sem contar com ele.
até ele se assentar em minutos.
levantar e. vagando parar e um espreguiço.
e mais um pouco, espera só mais um pouco
baço
olhar a mesa. olhar a mesa por três.
abrir o armário, olhar as comidas.
pensar comidas oferecidas em ritual no século 2 a.C.
para o imperador Alexandrino
sobre superfície de vidro madeira plástico
a pia. a área. príncipe.
Com o cuidado não tomar café. não gastar energia com digestão. o estudo urge, afinal, com água e lápis, régua e marcador.
Mas o interfone. ay meu deus, o interfone. indicretíssimo a entrar na casa da gente.
- oi.
- gás.
- não.
às vezes se começa o dia negando e isso é na medida certa para uma desordem incrível. mas à essa altura ele não sabe. o desencadeamento é mudo. o acaso é valioso e atira a primeira pedra. não se deve crer; do jeito que a vida anda, no final acaba-se atribuíndo. contar caso é difícil demais. contar o que passou é uma verdade que já se destruiu. coitados dos jornalistas. o ser humano não é eloquente. não adianta gostar de mesa de bar. sempre chega o momento.
a vez do tic, sozinho.
e tac.
não adianta ser possesso, também. com seres humanos não há impunidade.
é por isso que ele vai experimentar o que já acaba no interfone.
----- e que começa por uma SEQUÊNCIA ACESA em ânimo que sempre novo: contínuos términos e fins que se entrelaçam em inícios e revelam o alento infernal de uma suscessão. como os pontos finais de um texto. como as marylins de wahrol. como algo que finge estar por dizer, enfim.
Para isto, recomeçaremos do começo.
PEEEEEE
- oi.
- gás.
- não.
PEEEEEEE
- oi.
- ôôô Carol ! cê num desce com a garrafa não, que a vanilda já vai lá com a carne...
- é no 804.
- ai, desculpa moço !!! bom dia !
- para você também !
PEEE
- oi.
- é... é carta pra Luciana Alvarenga, tem que descer pra assinar.
- ô moço, precisa da sua carteira de identidade.
- ai, espera aí vou lá buscar
- aqui.
- obrigado.
TRRIIIIIMMMM
- alô.
- Credicard, por favor, poderia falar com a Sra. Luciana Alvarenga ?
- ela viajou.
- Por favor, quando é que eu poderia estar falando com ela sr. ?
- Não sei.
- Quando ela estará presente sr. ?
- Hiii, demora.
- Credicard agradece tenha um bom dia sr.
TRIIIMMMMMM
- Bom dia. Eu gostaria de por favor falar com a Sra. Luciana Alvarenga ?
- Ela não está.
- Somos do Centro de Recuperação de Toxicômanos Cristo Sofredor, gostariamos de nos comunicar com a Sra Luciana Alvarenga, você por favor é um membro resposável da casa ou existe algum presente no momento ?
- Não.
PEEEEEEEEEEEE
- Chuchu, desce aqui que é pra deixar a caixa.
- oi.
- oi, tudo bom
- vai com cuidado que quebra !!!! é da Ioguslávia hen ! cristal tcheco hen !
- tá bom.
- eu ligo ! tchau.
- tchau.
TRIIIIMMMMMMM
- Sumaya modas ?
- é engano.
- engano ? aí é 2222222 ?
- é.
- mas esse é o número que eu tenho, filho...Não é Sumaya modas ?
- Não. em>
TRIIIIIIMMMMMMM
- alô.
- Quérido !
- Ooi !
- Tá a fim de sair com a gente agora ?! Ir no cinema
- ah, tô estudando...
- Ah, não ! vem !
- onde é que é ?
- lá no horto.
- como é que cê vai ?
- com ele, né. e nem rola de te buscar aí, não. trânsito infernal.
- é longe demais.
- Ai, é... mais vai chuchu... quero muito que você vá
- eu num vô não
- Ai, quero muito que você vá ! Qualquer coisa me liga, tá ?!
- Tá.
- Beijão.
- Beijão.
PEEEEEEEEEEPEEEEEEEEEE
- oi.
- .............
- oi.
- ............
- oi.
PEEEEEEEEEEE
- alô
- é da prefeitura, esquadrão de prevenção da dengue.
- você pode chegar na porta da garagem um minutinho ?
- posso.
- obrigado.
TSCHAKTEK
DINDOMMM...
- Oi. Com licença. Tenho que ver todos os vasos, todas as planta... O seu box costuma ficar molhado ? Tem que dar uma olhadinha também no banheiro.
- Dengue é um perigo.
TRIMMMMMMM
- alô.
- Credicard, por favor, poderia falar com a Sra. Luciana Alvarenga ?
- ela não mora mais aqui.
- Por favor, o sr. tem notícia de telefone no qual eu poderia estar me comunicando com ela sr. ?
- Ela mudou já faz muito tempo. Não sei não.
- Credicard agradece tenha uma boa noite sr.