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sábado, agosto 07, 2004

E quando você descobre que na verdade não dança, na verdade gira sobre si mesma levantando poeira e ficando um pouco mais míope, e que seus movimentos são desconexos e suas frases, descoordenadas, assim como você troca os pés pelas mãos, sempre, e nunca está com os sapatos mais confortáveis e nem com a roupa adequada, e de olhos fechados a sua cabeça completa um círculo imbecil a cada quatro acordes, será que você realmente conta quatro? provável que não, aliás, como quando você tenta dançar como quem, por exemplo, está à sua frente, por deus, essas palavras não são suas, e na sua boca elas parecem de plástico, e se amontoam sobre a língua pra descer a garganta de tobogã, e você engasga, no meio da pista, errando o tempo, o movimento sujo, a blusa desabotoada e a meia escorregando pela perna, o cigarro apagado na mão molhada, inútil, assassinado, e você quase chora porque a vergonha é um bicho úmido que pede muita água. você cora ao pensar no-que-eles-vão-dizer.

Mas, que coisa, não há ninguém olhando. Você se abaixa e amarra o cadarço, e depois vai até o balcão e pede uma bebida, qualquer bebida, senta e espera. Porque te falaram.

SUGARQUEEN

(o blog dela está simplesmente fantástico. Leiam !)

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